Estudo introdutório

A assinatura do tratado de Utrecht não supôs a resolução da guerra de Sucessão, ainda que a tivesse reduzido ao interior peninsular, onde ainda ficavam territórios obedientes à causa austracista. O ponto final a este longo conflito alcançou-se após a rendição de Barcelona e Maiorca em setembro de 1714 e julho de 1715, respectivamente.

Os planos da colecção objecto da presente edição dão escassa conta da etapa final da guerra, em contraposição ao relato pormenorizado dos seus inícios, que se realiza com um grafismo quase jornalístico. Nem sequer as grandes vitórias das tropas borbónicas –Almansa Brihuega e Villaviciosa de Tajunha–, resultado em grande medida da contenda, merecem uma lembrança, uma simples menção. O último acontecimento bélico do que resta registo na presente colecção cartográfica é a tomada de Balaguer (setembro de 1709) levada a cabo pelo exército aliado que comandavam o conde de Stanhope e do mariscal Staremberg (119); em contrapartida, conserva-se uma profusão gráfica relativa às duas possessões espanholas que como consequência das negociações de Utrecht, se concederam a Inglaterra: Gibraltar e Menorca. Cessão que, no entanto, não comportava a renúncia explícita da coroa espanhola a recuperar uns territórios que dramaticamente se haviam desgarrado do seu espaço e soberania natural. As investidas destinadas a reconquistar a ilha e o Rochedo sucederam-se ininterruptamente ao longo do século XVIII, com sorte desigual nos resultados. As acções armadas sobre Menorca culminaram com êxito, mas os ataques sobre Gibraltar resultaram inúteis, até ao ponto de que hoje em dia continua sendo um contencioso que Espanha e Inglaterra mantêm aberto.

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