Estudo introdutório

viagens; não obstante, a iniciativa foi colocada em prática com anterioridade pelos reis lusos para registar igualmente os seus descobrimentos. Esta pauta foi reforçada mais tarde pela Casa da Áustria ao proibir de maneira sistemática a publicação de qualquer mapa ou vista que pudesse prejudicar os interesses estratégicos de suas possessões. Nesta publicação inclui-se um conjunto de planos que foram etiquetados como documentos secretos e que formam um Atlas que o Marquês de Heliche encarregou  de desenhar  um pintor italiano a princípios da década de 1650. A obra, intitulada “Plantas de diferentes praças de Espanha, Itália, Flandes e as Índias”, foi encadernada em 1655 e inclui 133 imagens de planos, vistas e descrições de assédios e batalhas das fronteiras territoriais e marítimas do Império de Felipe IV. Recentemente foi publicada a obra completa graça ao patrocínio da Junta de Extremadura, que ofereceu a primeira edição histórica desta obra inédita como brinde institucional aos Príncipes de Astúrias pelo seu compromisso na primavera de 2004. Na presente publicação incorporam-se quase meio século destas imagens correspondentes à Península Ibérica, relativas a praças de grande valor geoestratégico para a Monarquia Hispânica (46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92). O traçado dos desenhos foi realizado pelo bolonhês Leonardo de Ferrari, um pintor e não um cartógrafo ou engenheiro militar, que seria o habitual numa obra destas características. O Marquês de Heliche facilitou os originais que serviram de modelo para realizar os desenhos: planos, mapas e vistas de procedência, autoria, tamanhos e escalas muito diversas que o pintor uniformizou para dar ao material o aspecto homogéneo e estético que finalmente foi encadernado.

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