Em vez disso, pretendiam ir além das linhas e símbolos que indicavam espaços, distâncias e terras, indagando nos contextos nos quais os mapas tinham sido desenhados e utilizados. Neste processo, os mapas transformaram-se em textos, abertos a todo o tipo de interpretações. Desta forma, alguns mapas converteram-se em instrumentos do império, isto é, foram as ferramentas das quais os senhores imperialistas se serviram para tomar posse de continentes distantes, com o objectivo de roubarem as terras aos seus habitantes. Outros tornaram-se verdadeiros indicadores do estatuto dos proprietérios de terras e do seu poder, insígnias de posse, e, num sentido mais macabro, os meios usados pelos governantes para reclamarem terras cujos direitos de propriedade eram pouco claros. Outros mapas passaram a ser verdadeiras armas de guerra, documentos que os governos usaram tanto para controlar os súbditos como para lhes exigir o pagamento de impostos, propaganda cuja intenção era induzir os colonos a emigrarem para colónias distantes, da mesma forma que os guias educativos pretendiam ajudar os missionários cristãos nas suas tentativas de converter os pagãos. Os mapas entendidos desta forma adquiriam significado, de tal modo que o campo da investigação cartográfica começou a florescer quando historiadores, historiadores da arte e literatos invadiram o sector, qual campo de batalha, armados com perguntas que muitas vezes pouco tinham a ver com as preocupações dos antiquários de épocas anteriores. |